Nesta terça-feira 23/jun/15 a presidente do nosso país esteve em uma cerimônia para a divulgação dos Jogos Mundiais Indígenas, uma espécie de Olímpiadas entre povos originários. Serão 22 etnias brasileiras e mais outras que virão de várias partes do mundo. Evento a parte, o que chamou a atenção ontem foi o discurso de Dilma Roussef.
Totalmente desconexa e sem sentido, tentando ser engraçada, a fala de Dilma errou um bocado de coisas. Não precisou exatamente a data do início dos Jogos Olímpicos modernos. Até aí tudo bem. Depois, disse que a mandioca era uma conquista do Brasil.
Mas vá lá, a mandioca foi muito importante para os povos que habitaram o nosso território, então vamos considerar que seria uma ajuda para a conquista deste país de dimensões continentais.
Aqui está a transcrição desta parte para não ter dúvidas:
“Nós somos do gênero humano, da espécie sapiens, somos aqueles que têm a capacidade de jogar, de brincar, porque jogar é isso aqui. O importante não é ganhar e sim celebrar. Isso que é a capacidade humana, lúdica, de ter uma atividade cujo o fim é ele mesmo, a própria atividade. Esporte tem essa condição, essa bênção, ele é um fim em si. E é essa atividade que caracteriza primeiro as crianças, a atividade lúdica de brincar. Então, para mim, essa bola é o símbolo da nossa evolução. Quando nós criamos uma bola dessas, nós nos transformamos em homo sapiens ou mulheres sapiens”
De Biologia, a presidenta, infelizmente, não sabe nada. A começar pelo nome da espécie dos seres humanos. Não existe o gênero humano e também não há uma espécie sapiens.
Somos da espécie Homo sapiens. Segundo as regras de nomenclatura, só existe um nome válido para se dar a uma espécie e ela não tem nada a ver com o sexo do indivíduo. O Homo neste nome é uma designação em latim e neste caso não serve para diferenciar homens e mulheres.
Entendo que a presidenta Dilma quis ser descontraída e dar uma cutucada sobre a questão de gênero, mas pegou muito mal, pois isto acaba acirrando ainda mais as diferenças, quando fazemos parte de uma mesma designação. Seja branco, amarelo ou negro, heterossexual ou homossexual, homem ou mulher: todos seremos sempre Homo sapiens.
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